quarta-feira, 4 de maio de 2016

                    O MAESTRO FRANCÊS E A HECATOMBE
        Texto do Jornalista Roberto Almeida - Publicado em seu Blog - 04 de maio de 2016. 






   O maestro francês Fernand Jouteux, que viveu em Garanhuns quase 20 anos, do final do século XIX até as primeiras décadas do século XX, testemunhou de perto os acontecimentos da Hecatombe de 1917, que no próximo ano completa um século. Ígor Cardoso, no livro “O Maestro do Chapéu de Coro”, que já comentamos no blog, deixa claro que o músico ficou chocado com os acontecimentos e após a série de assassinatos pensou em voltar para a Europa, o que faria alguns anos depois.
  Fernand Jouteux era amigo do Cônego Benigno Lira (que hoje é nome de rua na cidade), religioso que tentou acalmar os ânimos depois da morte do coronel Júlio Brasileiro, mas sem sucesso. Pessoas foram trancadas na cadeia pública, sob o pretexto de proteção e lá dentro foram assassinadas covardemente.
  Outra informação preciosa de Ígor é que há uma possibilidade de Jouteux ter cruzado com o bando de Lampião, quando de sua andanças pela Bahia, para ver de perto os destroços de Canudos, o arraial de Antônio Conselheiro. A obra prima do maestro foi a ópera "O Sertão", baseada no livro homônimo (só que no plural) de Euclides da Cunha.
  Luís Jardim, na época muito novo, foi embora de Garanhuns por conta da Hecatombe. Passou um pequeno período no Recife, depois foi para o Rio de Janeiro e lá se consagrou como escritor e ilustrador.
  Como se vê, os crimes hediondos ocorridos na Suíça Pernambucana, na segunda década do século XX, assombraram as pessoas sensíveis e os talentos artísticos que nós tínhamos.
   É preciso sempre recordar esses acontecimentos históricos, mostrar novos dados, mas sempre lamentando o ocorrido e pregando para que coisa parecida nunca mais se repita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário