segunda-feira, 25 de julho de 2016

INSTITUTO HISTÓRICO E COMISSÃO DA HECATOMBE PARTICIPAM DOS 101 ANOS DE ALGODÕES

  Ontem, 24 de julho, Algodões, 2º Distrito de Sertânia, completou 101 anos de sua existência, nesta data histórica, os membros do IHGG e Comissão do Memorial da Hecatombe, Maxwel, Junior e Cláudio Gonçalves, participaram a convite do escritor Cândido Rocha das festividades do aniversário daquele belíssimo Distrito.  
Casa onde residiu Dr. Rocha Carvalho
   Os membros do IHGG e Comissão do Memorial da Hecatombe tiveram a oportunidade de conhecer o lugar onde o Dr. Rocha Carvalho, que disputou a eleição de 1916 em Garanhuns, viveu seus últimos dias de vida. 
  O escritor Cândido Rocha, relatou que no final de 1917, o Dr. Rocha Carvalho, chegava a Algodões, devido a todas as ameaças e perseguições que sofreu durante o processo da Hecatombe de Garanhuns. Em Algodões construiu a sua residência e o primeiro posto de saúde do Sertão, atendendo as pessoas mais carentes dos povoados vizinhos, diversas vezes dispensando os honorários.  Dr. Rocha Carvalho também foi um dos moradores que foi de fundamental importância para a construção e inauguração da Igreja de São Sebastião em Algodões em 1922. Sempre caridoso e prestativo, realizou vários trabalhos sociais, falecendo em 27 de março de 1925, após contrair a tuberculose, resultado de pacientes que estavam com a doença, mas que o Dr. Rocha não se recusava em atender. Em sua homenagem foi dada o nome a uma rua de Algodões. O Dr. Rocha Carvalho foi sepultado no cemitério Parque das Lágrimas, local onde na lápide do seu túmulo está registrado: José da Rocha Carvalho, 19/03/1889 - 27/03/1925. 
Igreja de São Sebastião
  O final das festividades foram marcadas com o lançamento do livro Algodões: Seu Povo e sua História, de autoria do escritor Cândido Rocha no Clube Recreativo de Algodões. Estiveram presentes moradores, professores e autoridades. Um momento emociante, e que na oportunidade o professor Cláudio Gonçalves, representando o IHGG e Comissão do Memorial da Hecatombe de Garanhuns, foi convidado a mesa, depois discursando sobre a importância do livro para o resgate histórico de Algodões, o trabalho que o Instituto Histórico de Garanhuns vem desempenhando nesse sentido e o centenário da Hecatombe de Garanhuns, relembrando a passagem do Dr. Rocha de Carvalho pelo município de Garanhuns no período que antecedeu a Hecatombe.
   Depois do lançamento foi oferecido um coquetel aos convidados e para celebrar os 101 anos de Algodões foi cantado os parabéns e cortado um bolo. 
  Ao escritor Cândido Rocha e todos os moradores de Algodões agradecemos pela recepção e a oportunidade de conhecermos um pouco da sua História e de seu morador ilustre Dr. José da Rocha Carvalho.  
                       
Túmulo do Dr. Rocha Carvalho
      
Junior, Maxwel, escritor Cândido Rocha e Cláudio Gonçalves. 

quarta-feira, 20 de julho de 2016

            
            UM PEDACINHO DA ITÁLIA EM GARANHUNS
                                  A TRADICIONAL FAMÍLIA DILETIERI
 
                            


    A tradicional família italiana, os Diletieri, chegaram ao Brasil em 1908, aportando no Rio de Janeiro em um navio de imigrantes. Depois Nicolau Diletieri, sua esposa Maria Diletieri e seus filhos: Angela, Miquelina, Carmen, Inês e Domingos Diletieri Primo, também carinhosamente chamado pela família de Duda, vieram para Garanhuns, onde iniciaram a sua vida comercial.
  Motivado pelas notícias que eram remetidas a família na Itália por Nicolau Diletieri sobre o clima, as belezas naturais e a prosperidade da cidade de Garanhuns, seu sobrinho Domingos Diletieri decidi vir com a sua esposa Anna Maria Diletieri Rizzuto, seus filhos Angelina, Alice, Gerusa, Giuseppe, seu irmão Pietro Rocco, conhecido por Roque e o seu tio Angelo Diletieri residir na Terra do Clima Maravilhoso.   
   Não demorou muito tempo para que Nicolau e Domingos Diletieri se tornassem comerciantes de destaques em Garanhuns. Nicolau Diletieri com sua loja de tecidos, armarinhos, ferragens, secos e molhados, localizada na Rua Severiano Peixoto, e Domingos Deletieri com seu armazém de cerais, secos e molhados na Rua do Comércio, a Rua Grande ou Santo Antônio, atualmente as lojas Mundo Infantil e Ômega. 

  Na Hecatombe de Garanhuns, a família Diletieri não tiveram nenhuma participação, também não sofreram ameaças, mas três episódios marcaram a vida da família naquela triste segunda-feira de 15 de janeiro de 1917. O primeiro episódio foi quando os jagunços saiam pelos portões dos fundos da residência da casa de Ana Duperron, portões que davam acesso a Rua do Cajueiro, naquele momento Domingos Diletieri estava na casa do seu tio Nicolau quando por uma das frestas de uma veneziana testemunhou a passagem daqueles homens que atacariam a cadeia minutos depois, contando ele ao todo vinte três homens armados.
  O Segundo episódio aconteceu logo após o ataque à cadeia. O delegado Meira Lima obrigou Nicolau Diletieri a receber em sua casa os jagunços feridos, onde estava um médico que foi providenciado pelo oficial. Na casa de Nicolau Diletieri foi socorrido o bravo sargento Pedro Malta, que conseguiu escapar ao ataque com um leve ferimento no ombro.
  O terceiro episódio e que marcou uma das maiores injustiças no processo da Hecatombe de Garanhuns foi à prisão de Nicolau Diletieri, indiciado pelo juiz Francisco Ribeiro Pessoa de fornecer querosene para os jagunços incendiarem as casas comerciais dos adversários políticos de Júlio Brasileiro, o mesmo ocorrendo com o capitão Thomaz Maia. Sendo presos, mas após provarem a inocência foram soltos meses depois.  
Casa de Domingos Deletieri, primeira a direita. 
  Domingos Diletieri passado alguns meses da Hecatombe de Garanhuns acabou comprando a casa de Mirandolina Souto de Miranda, viúva de Argemiro Miranda, casa que ficava na Rua do Jatobá, atualmente onde funciona a agência dos Correios, localizada na Praça Jardim. Domingos Deletieri e Argemiro Miranda eram bons amigos e juntos foram fundadores da União Comercial em 1909, sendo Nicolau Diletieri o seu primeiro tesoureiro.  


  Colaboração: Gerusa Diletieri Mota Lessa, neta de Domingos Deletieri. Extraordinária profissional na Educação e inestimável amiga. 
Gerusa Deletieri.

terça-feira, 19 de julho de 2016

      JORNAL O COLUMINHO DESTACA A CENTENÁRIA ELEIÇÃO DE 1916 EM GARANHUNS



      O Jornal O Columinho do dia 16 de julho, destacou a histórica e já centenária eleição de 10 de julho de 1916. A matéria destacou os principais grupos políticos envolvidos nesta disputa, o resultado do pleito, os fatos que aconteceram pós-eleição e ressaltou a exposição que reconta essa passagem política da História de Garanhuns, que está aberta ao público no Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns. Vale a pena conferir a matéria. 


     A Diretoria, Augusto César e toda a equipe do Jornal o Columinho, os agradecimentos da Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns por mais essa cobertura jornalística da nossa Programação. 

domingo, 17 de julho de 2016

                                  PROFESSORA MARIA JARDIM
             Primeira professora do município de Garanhuns





   Professora Maria Jardim, ensinou na primeira escola estadual feminina criada pelo seu irmão e prefeito Manoel Antônio de Azevedo Jardim, em 1896. 

   

quarta-feira, 13 de julho de 2016

COMISSÃO DO MEMORIAL DA HECATOMBE DE GARANHUNS DIVULGA PROGRAMAÇÃO PRÉ-OFICIAL



   Ontem, dia 12 de julho os membros da Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns realizaram o seu  quarto encontro no Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns.  
Glauco Brasileiro, Ivanilce Rodrigues, Dr. Alba Regina. Escritora Ivonete Xavier, Wilza Alexandra e Cláudio Gonçalves 


 O encontro foi marcado pela avaliação da Exposição da Eleição de 1916 e o fechamento da programação, a qual divulgamos pré-oficialmente, pois ainda haverá instituições a confirmar a participação, podendo haver alterações de eventos e datas. 
     De julho a dezembro de 2016 os eventos previstos seguem o seguinte calendário: 
          


        Na primeira semana do mês de janeiro de 2017, período em que será vivenciado o centenário da Hecatombe de Garanhuns, estão previstos os seguintes eventos:
             
     

domingo, 10 de julho de 2016

  HÁ CEM ANOS ACONTECIA EM GARANHUNS A HISTÓRICA ELEIÇÃO DE 1916.



                                                             Por Cláudio Gonçalves de Lima


 Naquela manhã de segunda-feira de 10 de julho de 1916, as dez sessões eleitorais da cidade recebiam os eleitores para uma das mais disputadas eleições para prefeito de Garanhuns, e que colocavam frente a frente os dois principais grupos políticos do município, Julistas e Jardinistas, que após quatro anos voltariam a disputarem uma eleição para prefeito de Garanhuns. 

 A renúncia do cargo de prefeito de Argemiro Miranda em fevereiro de 1912 e a vitória para preenchimento do cargo em março de 1912 pelo tenente-coronel Júlio Brasileiro, representou a derrocada do Jardinismo e marcou um período de comando político da ala Julista. 

 Em julho de 1916 estavam marcadas a nova eleição para prefeito de Garanhuns, desta vez, os Jardinistas voltaram a cena política apoiando para prefeito o Dr. Rocha Carvalho  e o seu companheiro de chapa e Subprefeito Dr. Antônio Borba Junior que tinham como adversário o chefe político da Situação, o tenente-coronel e deputado estadual Júlio Brasileiro.
  Os resultados das urnas deram a vitória ao tenente-coronel Júlio Brasileiro, mas dias depois a eleição foi anulada, por motivo de inelegibilidade do deputado Júlio Brasileiro e a suspeita de títulos de eleitores duplicados. Uma nova eleição seria marcada para o dia 07 de janeiro de 1917, desta vez, o tenente-coronel Júlio Brasileiro concorreria sem oposição. Eleito não chegaria a tomar posse, pois seria assassinado no Café Chile em Recife no dia 14 de janeiro de 1917, fato que resultaria na manhã seguinte, 15 de janeiro de 1917, numa das maiores tragédias políticas da República Velha, a morte de todos os seus principais adversários políticos, e que ficaria denominada pela historiografia pernambucana e garanhuense como A Hecatombe de Garanhuns. 

  Para relembrar os principais fatos dessa eleição centenária, a Comissão do Memorial da Hecatombe e o Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns estão promovendo a Exposição da Eleição de 1916, onde os visitantes poderão conhecer através de registros iconográficos, urna e biografias, a histórica disputa eleitoral ocorrida há um século entre as principais forças políticas, econômicas e culturais de Garanhuns.


  Local: Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns.
 Horário: segunda á sexta das 8:00 ás 12:00 horas e das 13:00 ás 17:00 horas  
 Durante o Festival de Inverno o Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns terá várias atrações palestras, teatro, exposição de artes plásticas e a exposição da eleição de 1916.    

sexta-feira, 8 de julho de 2016

ESTUDANTES DO COLÉGIO ESTADUAL JERÔNIMO GUEIROS DE GARANHUNS VISITAM EXPOSIÇÃO DA ELEIÇÃO DE 1916.


  Os estudantes da Colégio Estadual Jerônimo Gueiros visitaram nesta sexta-feira dia 08 de julho a Exposição do Centenário da Eleição de 1916. O encontro foi marcado pela empolgação dos estudantes com os materiais expostos.
Os estudantes nos informaram que estão se dedicando a pesquisa sobre a História do Município e colaborarão com a Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe e o Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns para que outros estudantes do colégio  venham participar dos debates e conhecer o acervo em exposição. 
  Aos estudantes do Colégio Estadual os nossos agradecimentos pela visita, pois o principal objetivo da Comissão do Memorial da Hecatombe e do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns é que os estudantes, professores e pesquisadores possam conhecer, debater e participar dos eventos que marcarão o centenário da Hecatombe de Garanhuns, fato histórico que marcou a historiografia da cidade de Garanhuns e de Pernambuco.  

segunda-feira, 4 de julho de 2016

COMISSÃO DO MEMORIAL DA HECATOMBE E INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GARANHUNS PROMOVEM EXPOSIÇÃO DA ELEIÇÃO DE 1916.

  No próximo dia 10 de julho estará completando um século de uma das mais acirradas e disputadas eleições do município de Garanhuns. 

   A Comissão do Memorial da Hecatombe e Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns para relembrar esse momento histórico que antecedeu a Hecatombe de Garanhuns estão promovendo a exposição da eleição de 1916, que trará ao público registros iconográficos, lista de eleitores e uma urna do início do século XX. A exposição já está aberta ao público e poderá ser visitada nos horários das 8:00 ás 12:00 horas  e das 14:00 ás 17: 00 horas.   


  A DISPUTA ELEITORAL EM GARANHUNS EM 1916. 

   A eleição para a sucessão do governo municipal de Garanhuns aconteceria em 10 de julho de 1916. A disputa eleitoral seria marcada por duas cisões no situacionismo, na esfera estadual o Governador Manoel Antônio Pereira Borba havia rompido com o general Dantas Barreto, enquanto em Garanhuns o prefeito Francisco Vieira dos Santos, eleito em 1913 com o apoio do tenente-coronel Júlio Brasileiro havia se afastado da ala Julista passando a fazer oposição ao mandatário político. Diante desse rompimento político estadual e municipal, Manoel Jardim, Francisco Veloso, Sátiro Ivo, Argemiro e Júlio Miranda, grupo Jardinista e que estavam afastados da política decidem apoiar na disputa local para prefeito o Dr. José da Rocha Carvalho e Subprefeito Dr. Antônio Borba Junior. O tenente-coronel Júlio Brasileiro, então deputado estadual, temendo uma derrota, resolve lançar a sua candidatura a Prefeito, tendo como companheiro de chapa e candidato a Subprefeito o capitão Thomaz da Silva Maia.  

 Durante a campanha, o capitão Francisco Sales Vila Nova, oposicionista, denunciava através de notas pagas nos jornais da Capital os excessos de violências cometidas parentes e correligionários de Júlio Brasileiro, revelando que cruzes negras estavam sendo colocadas nas casa dos adversários políticos e que uma lista negra estava sendo preparada com os nomes dos oposicionistas para que logo após a vitória de Júlio Brasileiro todos fossem surrados a cipó-de-boi numa sessão de três carrascos para cada um.
 A campanha eleitoral transcorreu nesse clima de insegurança e algumas casas dos adversários políticos de Júlio Brasileiro foram emporcalhadas com fezes humanas, entre elas a do major Sátiro Ivo.  



  Realizada a eleição em 10 de julho, os resultados das urnas foram esmagadoras, o tenente-coronel Júlio Brasileiro obteve 1.114 votos, enquanto o seu adversário Dr. Rocha Carvalho 428 votos. A vitória da ala dominante foi acintosa e extensivamente comemorada por parentes, amigos e correligionários, contudo, a eleição foi anulada, pois de acordo com a lei eleitoral o tenente-coronel Júlio Brasileiro era inelegível, pois seu mandato de deputado só terminaria em novembro daquele ano, o que lhe impediria de concorrer ao cargo de Prefeito, também as denúncias de títulos eleitorais duplicados contribuíram para a anulação do pleito.  Mediante os protestos da oposição, o Governador Manoel Borba acabou encontrando um estratagema político para tentar agradar os antagônicos, marcar uma nova eleição para 07 de janeiro de 1917 e transparecer aos opositores uma posição de imparcialidade no processo. Doutor Rocha Carvalho diante da resolução governamental decidi retirar a sua candidatura da disputada.  





  No domingo, 07 de janeiro de 1917, realizasse a nova eleição, havendo manifestações nas seções eleitorais, lideradas pelo capitão Sales Vila Nova, que dias antes havia sido ameaçado em plena feira pelo tenente-coronel Júlio brasileiro de surrá-lo se Sales continuasse a publicar notas sobre ele nos jornais.

   Apesar dos contratempos a eleição transcorreu normalmente, e o resultado oficial seria divulgado um mês depois, 07 de fevereiro de 1917. Sete dias depois o tenente-coronel Júlio brasileiro seria assassinado no Café Chile em Recife e no dia seguinte aconteceria a Hecatombe de Garanhuns. 


 Texto: Professor Cláudio Gonçalves - Representante do IHGG na Comissão do Memorial da Hecatombe.