quarta-feira, 20 de julho de 2016

            
            UM PEDACINHO DA ITÁLIA EM GARANHUNS
                                  A TRADICIONAL FAMÍLIA DILETIERI
 
                            


    A tradicional família italiana, os Diletieri, chegaram ao Brasil em 1908, aportando no Rio de Janeiro em um navio de imigrantes. Depois Nicolau Diletieri, sua esposa Maria Diletieri e seus filhos: Angela, Miquelina, Carmen, Inês e Domingos Diletieri Primo, também carinhosamente chamado pela família de Duda, vieram para Garanhuns, onde iniciaram a sua vida comercial.
  Motivado pelas notícias que eram remetidas a família na Itália por Nicolau Diletieri sobre o clima, as belezas naturais e a prosperidade da cidade de Garanhuns, seu sobrinho Domingos Diletieri decidi vir com a sua esposa Anna Maria Diletieri Rizzuto, seus filhos Angelina, Alice, Gerusa, Giuseppe, seu irmão Pietro Rocco, conhecido por Roque e o seu tio Angelo Diletieri residir na Terra do Clima Maravilhoso.   
   Não demorou muito tempo para que Nicolau e Domingos Diletieri se tornassem comerciantes de destaques em Garanhuns. Nicolau Diletieri com sua loja de tecidos, armarinhos, ferragens, secos e molhados, localizada na Rua Severiano Peixoto, e Domingos Deletieri com seu armazém de cerais, secos e molhados na Rua do Comércio, a Rua Grande ou Santo Antônio, atualmente as lojas Mundo Infantil e Ômega. 

  Na Hecatombe de Garanhuns, a família Diletieri não tiveram nenhuma participação, também não sofreram ameaças, mas três episódios marcaram a vida da família naquela triste segunda-feira de 15 de janeiro de 1917. O primeiro episódio foi quando os jagunços saiam pelos portões dos fundos da residência da casa de Ana Duperron, portões que davam acesso a Rua do Cajueiro, naquele momento Domingos Diletieri estava na casa do seu tio Nicolau quando por uma das frestas de uma veneziana testemunhou a passagem daqueles homens que atacariam a cadeia minutos depois, contando ele ao todo vinte três homens armados.
  O Segundo episódio aconteceu logo após o ataque à cadeia. O delegado Meira Lima obrigou Nicolau Diletieri a receber em sua casa os jagunços feridos, onde estava um médico que foi providenciado pelo oficial. Na casa de Nicolau Diletieri foi socorrido o bravo sargento Pedro Malta, que conseguiu escapar ao ataque com um leve ferimento no ombro.
  O terceiro episódio e que marcou uma das maiores injustiças no processo da Hecatombe de Garanhuns foi à prisão de Nicolau Diletieri, indiciado pelo juiz Francisco Ribeiro Pessoa de fornecer querosene para os jagunços incendiarem as casas comerciais dos adversários políticos de Júlio Brasileiro, o mesmo ocorrendo com o capitão Thomaz Maia. Sendo presos, mas após provarem a inocência foram soltos meses depois.  
Casa de Domingos Deletieri, primeira a direita. 
  Domingos Diletieri passado alguns meses da Hecatombe de Garanhuns acabou comprando a casa de Mirandolina Souto de Miranda, viúva de Argemiro Miranda, casa que ficava na Rua do Jatobá, atualmente onde funciona a agência dos Correios, localizada na Praça Jardim. Domingos Deletieri e Argemiro Miranda eram bons amigos e juntos foram fundadores da União Comercial em 1909, sendo Nicolau Diletieri o seu primeiro tesoureiro.  


  Colaboração: Gerusa Diletieri Mota Lessa, neta de Domingos Deletieri. Extraordinária profissional na Educação e inestimável amiga. 
Gerusa Deletieri.

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