domingo, 29 de maio de 2016

HECATOMBE DE GARANHUNS E COMISSÃO DO MEMORIAL DO CENTENÁRIO SÃO DESTAQUES NO JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO 


 O jornal Folha de Pernambuco deste domingo em seu caderno de Política deu destaque a Hecatombe de Garanhuns e a Comissão do Memorial do Centenário. Um belíssimo trabalho de reportagem dos jornalistas Carol Brito e Leonardo Malafaia, que reproduziram com riqueza de informações a tragédia que abalou Garanhuns e que se tornou um dos fatos políticos de maior repercussão nacional durante  a República velha. 
   A reportagem destaca os personagens, vítimas, sobreviventes, resistentes e uma sequência cronológica em gravuras da Hecatombe, a partir do assassinado do coronel Júlio Brasileiro no Café Chile em Recife até o ataque a cadeia pública em Garanhuns.
    A todos que fazem o Jornal Folha de Pernambuco o nosso agradecimento pela divulgação do trabalho da Comissão do Memorial do Centenário e os nossos parabéns pela matéria séria e bem elaborada dos seus jornalistas.   


 Entrevista da jornalista Carol Brito ao Representante do IHGG na Comissão do Memorial da Hecatombe, Cláudio Gonçalves de Lima.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

JORNAL A FOLHA DE PERNAMBUCO PUBLICARÁ REPORTAGEM SOBRE A HECATOMBE DE GARANHUNS E A COMISSÃO DO MEMORIAL DO CENTENÁRIO.



 A jornalista Ana Caroline Monteiro da Folha de Pernambuco, entrevistou o representante do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns na Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe, Cláudio Gonçalves de Lima, sobre aspectos históricos da Hecatombe de Garanhuns, a instalação da Comissão e as metas para vivenciar o fato histórico centenário. 
 A reportagem será publicada neste domingo dia 29 de maio, e trará uma síntese do acontecimento histórico, personagens, fotografias da época e algumas ações delineadas pela Comissão do Memorial da Hecatombe que farão parte da programação do centenário. 
COMISSÃO DO MEMORIAL DA HECATOMBE FARÁ VISITA AOS NETOS
 DO CAPITÃO SALES VILA NOVA 


 
Capitão Sales Vila Nova.
Na próxima quinta-feira, 02 de junho, ás 10:00 horas, a Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns, estará visitando os netos do Capitão Sales Vila Nova , Paulo, Ubiratan, e Muze Alves Bittencourt. Na ocasião os membros que representarão a Comissão entregarão a família alguns documentos e fotos do Capitão Sales Vila Nova que marcaram a sua vida como rábula, jornalista, funcionário público municipal e idealizador de várias obras sociais, como a comissão pró-flagelados da seca de 1915, a primeira funerária de Garanhuns e o Natal das Crianças Pobres.
 O Capitão Sales Vila Nova, sujeito bem-humorado, sempre dedicado as causas sociais, faleceu em 07 de julho de 1959.   

ALTERAÇÃO DE DATA – CERIMÔNIA DE APRESENTAÇÃO DA BIOGRAFIA DOS EX-PREFEITOS ASSASSINADOS NA HECATOMBE

da Assessoria de Imprensa

A Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns e a Prefeitura informam que a cerimônia de apresentação da biografia dos ex-prefeitos assassinados na Hecatombe, que aconteceria na terça (24), foi remarcada para o dia 15 de junho. A alteração da data se deve por um imprevisto na agenda do prefeito Izaías Régis. O novo horário e local de realização serão confirmados em breve.

terça-feira, 24 de maio de 2016

            PERSONAGENS DA HECATOMBE DE GARANHUNS
                            Thomaz da Silva Maia


 O capitão Thomaz da Silva Maia, nasceu em Garanhuns. Era casado com Maria Campelo da Silva Maia, sendo filhos do casal: Pedro Maia, Deusdedit Maia, José Maia, Bety e Dinah.
 Na política ocupou em vários momentos o cargo de Conselheiro Municipal.  

 Na Hecatombe de Garanhuns, tentou apaziguar os ânimos dos correligionários exaltados e demover as pretensões de vingança aos opositores do coronel Júlio Brasileiro, mesmo tendo sido candidato a subprefeito na chapa Julista. Diante da inutilidade dos seus conselhos, se recolheu em sua mansão, localizada na  Vila Maria ou Rua do Açude (atualmente Rua Capitão Thomaz Maia), permanecendo durante todo aquele triste dia.
  Mesmo com a confirmação da vitória do coronel Júlio Brasileiro em 07 de fevereiro de 1917, não chegou a assumir o cargo de prefeito de Garanhuns, pois foi preso sob a acusação de ter fornecido gasolina do seu cinema (Moderno) para que as casas comerciais dos adversários políticos de Júlio Brasileiro fossem queimadas. Averiguado o seu envolvimento, ficou provado que não havia saído nenhum material inflamável do cinema e do seu armazém, sendo inocentado, retornou ao aconchego da família e dos amigos em Garanhuns. 
 Com o advento da promulgação da Constituição de 1934 e aprovação das eleições diretas para os governos municipais, o capitão Thomaz Maia foi eleito prefeito de Garanhuns, assumindo o cargo do seu antecessor Mario de Souza Matos, em 20 de agosto de 1936.
  A sua administração foi marcada por dificuldades orçamentárias, apesar dos entraves financeiros, pela primeira vez a Avenida Santo Antônio recebeu calçamento, e outros pontos da cidade e dos distritos foram contemplados com melhoramentos na infraestrutura.
Casarão do Capitão Thomaz Maia.
   Capitão Thomaz Maia não conseguiu completar o seu mandato, pois foi deposto em novembro de 1937 após a instalação do Estado Novo, assumindo o interventor coronel João de Araújo Nunes.
    Capitão Thomaz Maia participou de várias sociedade recreativas e culturais. Em sua mansão acontecia várias reuniões sociais e esportivas, numas dessas reuniões recebeu a embaixada da Associação Atlética do Recife, cujo presidente era o festejado poeta Pernambucano Osvaldo Santiago.
    Em 04 de setembro de 1946, dez anos após ter sido prefeito de Garanhuns, faleceu o Capitão Thomaz Maia, sendo decretado nesse dia pelo prefeito Antônio Cesário da Silva Brasileiro Filho, luto oficial no município.

    Durante as pesquisas nos dados colhidos só foi possível encontrar o nome de cinco filhos. Caso os leitores saibam de outros descendentes, agradecemos por nos informar.

    Fonte: Jornal O Monitor - Novembro de 1980
               Blog Anchieta Gueiros
              Jornal Pequeno.    
              Professor Cláudio Gonçalves de Lima

segunda-feira, 23 de maio de 2016

COMISSÃO DO MEMORIAL DO CENTENÁRIO DA HECATOMBE DE GARANHUNS.
COMUNICADO

    Comunicamos aos membros da Comissão, imprensa e autoridades, que a entrega dos quadros dos ex-prefeitos falecidos na Hecatombe de Garanhuns, que aconteceria amanhã, dia 24, na Prefeitura de Garanhuns, foi adiada para junho. Agendada a nova data para a solenidade, estaremos informando nesse blog .  
    Agradecemos a compreensão de todos.

domingo, 22 de maio de 2016

COMISSÃO DO CENTENÁRIO PRODUZ BIOGRAFIAS DE EX-PREFEITOS VÍTIMAS DA HECATOMBE DE GARANHUNS - (Blog Roberto Almeida)



A Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe Garanhuns e a Prefeitura de Garanhuns realizam, na próxima terça-feira (24), às 9h, na antessala do gabinete do prefeito Izaías Régis, no prédio do Palácio Celso Galvão, a cerimônia de apresentação da biografia dos ex-prefeitos Manoel Antônio de Azevedo Jardim, Francisco Veloso da Silveira, Argemiro Tavares de Miranda e Júlio da Silva Brasileiro, mortos no período da Hecatombe.

Na ocasião, os quadros oficiais dos mesmos, com a foto individual de cada um deles, serão colocados na galeria de retratos dos ex-prefeitos. O momento vai contar com as presenças de autoridades locais, familiares das vítimas, além de membros do governo municipal.

Fato – A Hecatombe ficou marcada na história do município de Garanhuns pela série de assassinatos de comerciantes e políticos, em decorrência, de acordo com historiadores, do resultado da eleição de sete de janeiro de 1917. Entre os dias 14 e 15 do mesmo mês, foi quando tudo aconteceu.

Sales Vilanova, opositor político, matou o então prefeito eleito, Júlio Brasileiro, em Recife, capital do Estado. As outras pessoas foram assassinadas dentro da cadeia pública, onde estavam sob guarda. Os documentos mostram que mais de 15 pessoas foram mortas no período. (Texto: Jornalista Cloves Teodorico).

Serviço:
Local: Palácio Celso Galvão – Avenida Santo Antônio, n° 126, no Centro da cidade

Data: Terça-feira, 24 de maio de 2016

HECATOMBE DE GARANHUNS: Ex-prefeitos assassinados são relembrados em Garanhuns - ( Blog Ronaldo Cesar) 

A Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns e a Prefeitura Municipal realizam, na próxima terça-feira (24), às 09h, na antessala do Gabinete do prefeito Izaías Régis, no prédio do Palácio Celso Galvão, a cerimônia de apresentação da biografia dos ex-prefeitos Manoel Antônio de Azevedo Jardim, Francisco Veloso da Silveira, Argemiro Tavares de Miranda e Júlio da Silva Brasileiro, mortos na tragédia lembrada como a Hecatombe de Garanhuns. 

Comissão do Centenário da Hecatombe
Na ocasião, os quadros oficiais dos ex-prefeitos, com a foto individual de cada um deles, serão colocados na galeria de retratos dos ex-prefeitos. O momento vai contar com as presenças de autoridades locais, familiares das vítimas, além de membros do governo municipal.

      HISTÓRIA

A Hecatombe ficou marcada na história do município de Garanhuns pela série de assassinatos de comerciantes e políticos, em decorrência, de acordo com historiadores, do resultado da eleição de 07 de janeiro de 1917. Entre os dias 14 e 15 daquele mês, foi quando tudo aconteceu. Sales Vilanova, opositor político, após levar um surra em Garanhuns, matou o então prefeito eleito, Júlio Brasileiro, em Recife, capital do Estado.

Este fato ensejou uma série de vinganças, que culminou com múltiplos assassinatos dentro da cadeia pública, onde personalidades do município buscaram a segurança da polícia, pois era público que jagunços vinham para Garanhuns para matar os opositores de Julio Brasileiro. Os documentos mostram que mais de 15 pessoas foram mortas no período.

Personagens de uma história trágica, que deve ser lembrada, mas não enaltecida, pois marcou a sociedade local, profundamente, com repercussão sócio-política-econômica ao longo das décadas seguintes.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

SEGUNDO ENCONTRO DA COMISSÃO DO MEMORIAL DA HECATOMBE ACONTECEU NA QUARTA-FEIRA NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GARANHUNS


        Da esquerda para a direita: Dr. Luís Jardim, Cláudio Gonçalves, Antônio Vilela, Dra. Alba Regina, 
Tenente Moab, Glauco Brasileiro, Ivanilce Rodrigues e escritora Ivonete Xavier. 



  Na quarta-feira, dia 18 de maio, ás 19:00 horas, no Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns, aconteceu o segundo encontro da Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe de  Garanhuns. Estiveram presentes os membros da Comissão: Glauco Brasileiro, Dr. Luís Jardim, Audálio Ramos, Tenente Moab Teles, Ivanilce Rodrigues, Dra. Alba Regina, professores Cláudio Gonçalves e Antônio Vilela. Participaram também da reunião o Diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns Anchieta Barros e a escritora Ivonete Xavier. 
 Neste encontro a Comissão avaliou as ações previstas para o mês de abril, debateu aspectos econômicos, políticos e culturais do período do Jardinismo e Julismo em Garanhuns, deliberou as ações para o mês de junho e elaborou o esboço da Programação do Centenário da Hecatombe de Garanhuns, que consistirá a partir do Festival de Inverno em exposição da eleição de 1916 em Garanhuns e palestras.
  Dando continuidade a programação nos meses posteriores acontecerão o Projeto Roda de Conversa com os alunos das Redes de Ensino do Município, exposição com salas temáticas que destacarão personagens, economia, cultura, arquitetura e mobiliário do início do século XX em Garanhuns. Nos dias  05 á 15 de janeiro de 2017, está previsto a continuidade da exposição, lançamento do selo alusivo ao centenário, homenagem do 9º BPM ao Cabo Cobrinha e os demais soldados mortos na Hecatombe de Garanhuns, e no 15 de janeiro, dia do centenário da Hecatombe de Garanhuns está programado caminhada com saída do Parque Euclides Dourado, a aposição da placa no prédio onde funcionou a cadeia pública, Culto e Missa.
  No próximo encontro da Comissão a programação será definida e divulgaremos no blog as datas e locais das atividades e solenidades.
    Ao final do encontro foi entregue ao membro Glauco Brasileiro a cédula de votação do dia 10 de julho de 1916 do coronel Júlio Brasileiro. 
  Na terça-feira dia 24 de maio, ás 09:00 horas, na Prefeitura de Garanhuns, a Comissão do Memorial da Hecatombe estará entregando ao prefeito Izaías Régis, os quadros dos ex-prefeitos: Manoel Jardim, Francisco Veloso, Argemiro Miranda e Júlio Brasileiro, que passará a fazer parte da Galeria dos Ex-prefeitos. 
           

quarta-feira, 18 de maio de 2016

REPRESENTANTES DA COMISSÃO DO MEMORIAL DA HECATOMBE SÃO RECEBIDOS PELA SECRETÁRIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL JACQUELINE MENEZES. 


   Neste dia 18 de maio, a secretária de Comunicação Social , Jacqueline Menezes, recebeu em seu gabinete os representantes da Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns, José Cláudio Gonçalves de Lima e Audálio Ramos Machado Filho, estando presente o Diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns, Anchieta Barros. 
   Na pauta do encontro foi delineada a solenidade de entrega dos quadros dos ex-prefeitos Manoel Antônio de Azevedo Jardim, Francisco Veloso da Silveira, Argemiro Tavares de Miranda e Júlio Eutímio da Silva Brasileiro, todos vítimas na Hecatombe de Garanhuns.
  A secretária Jacqueline Menezes sempre solícita em atender as ações da Comissão, sugeriu e acolheu ideias para a realização desse evento que homenageará esses políticos que fizeram parte da história de Garanhuns e que passarão a compor a galeria dos ex-prefeitos.
  A Solenidade acontecerá no dia 24 de maio, ás 9:00 horas no Palácio Celso Galvão. 
      

segunda-feira, 16 de maio de 2016

PRÉDIO DA CADEIA ONDE OCORREU A HECATOMBE DE GARANHUNS. 

 O prédio da primeira cadeia de Garanhuns foi construída em 1904 no governo do prefeito tenente-coronel Francisco Veloso da Silveira, ficando localizada na Praça da Independência (atual Praça Irmãos Miranda). No dia 15 de janeiro de 1917 foi atacada por mais de 100 homens armados que queriam vingar a morte do coronel Júlio Brasileiro. resultando na morte de Manoel Jardim, Francisco Veloso, Sátiro Ivo, Dr. Borba Junior, Argemiro Miranda, Júlio Miranda, Gonzaga Jardim, Cabo Cobrinha e os soldados Ezequiel Cabral de Souza e Francisco Maciel Pinto.
 O Dr. José Francisco Ribeiro Pessoa, Juiz nomeado para a formação de culpa dos responsáveis pela Hecatombe de Garanhuns, em seu relatório descreve com precisão a sua localização: "A cadeia onde ocorreu os horrendos crimes ficava a poucos metros de distância do telégrafo, num terreno baldio, numa rua cinzenta e estreita, tendo sua fachada para o oitão da Igreja Presbiteriana". 
 O prédio da cadeia após a Hecatombe de Garanhuns ficou sendo chamado pelos moradores de Garanhuns, como o Matadouro e Pelourinho da Vingança. Em 1923 o prédio foi desativado e, as crianças em suas brincadeiras desafiavam umas as outras para passarem a noite em frente ao prédio como demonstração de coragem, pois muitas pessoas da cidade diziam que a noite ouviam as vozes daqueles que foram vitimados na Hecatombe de Garanhuns.
   Atualmente no prédio funciona o escritório da COMPESA e, apesar das mudanças em suas estrutura, a sua fachada ainda lembra alguns traços arquitetônicos da antiga cadeia.   
  
                                   Pesquisa realizada pelo Professor Cláudio Gonçalves.

      


      






sábado, 14 de maio de 2016

    A CIDADE DE GARANHUNS NA ÉPOCA DA HECATOMBE
                   (Ruas, Vilas, Comunidades e Praças)

       RUAS 

Boa Vista
Concórdia (Manuel Borba) 
D. José (Bela)
D. Luiz
General Dantas Barreto (antes chamada de Senador Rosa e Silva)
Horta
Imperatriz (Santos Dumont)
Independência (Cabo Cobrinha)
Jardim (Joaquim Nabuco)
Jatobá (Melo Peixoto)
Joaquim Nabuco
Matança (Tomás Maia)
Padre Pedro
Prazeres/ Recife (Dr. José Mariano)
Rio Branco ( também chamada Aurora e indo para o Magano Rua da Areia)
Santo Antônio
São Francisco
São Miguel
São Sebastião
São Vicente
Sete de Setembro
Severiano Peixoto (Cajueiro)
Travessa da Cadeia (Praça Irmãos Miranda e Cabo Cobrinha)
13 de Maio
15 de Novembro
Vila Maria
Vila Regina
Comunidades Quilombolas

      PRAÇAS

Conceição, Comércio e Santo Antônio (Avenida Santo Antônio)
Independência (Praça Irmãos Miranda)
Martins Junior
Coronel Jardim (Praça Jardim) - Criada em homenagem ao Juiz de Direito Luís Afonso de Oliveira Jardim, falecido em 1905.

Fontes: Livro de Imposto Predial de 1916 a 1918 - Arquivo Público de Garanhuns.
Texto do escritor Igor Cardoso - "Observando Caruaru" - Publicado na Revista de História Municipal Nº 11/dezembro de 2015. 


Rua D. José
* As fotos são de décadas posteriores a Hecatombe de Garanhuns.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

           PERSONAGENS DA HECATOMBE DE GARANHUNS
       Tenente Theophanes Ferraz Torres - Por Geraldo Ferraz


  Nasceu na cidade de Floresta, aos 27 de dezembro de 1894, filho primogênito de Fernandina Ferraz e Antônio Miguel Torres.
 Apresentou-se voluntariamente, ao então Regimento Policial do Estado de Pernambuco, aos 15 de janeiro de 1912, com 17 anos completos. Devido ao interesse e espartana dedicação ao serviço militar foi logo notado pelos superiores e, no primeiro ano de incorporação, obteve várias promoções: anspeçada, cabo de esquadra, furriel, primeiro sargento, sargento ajudante e alferes.
  Em 1913 foi nomeado delegado de Vila Bela, no ano seguinte foi nomeado novamente delegado da mesma cidade, promovendo a prisão de vários bandoleiros. Em setembro daquele ano, 1914, foi nomeado delegado de Taquaritinga, onde aconteceu um dos seus maiores feitos, a prisão do temível cangaceiro Antônio Silvino, também conhecido como "Rifle de Ouro" ou "Governador do Sertão". Por este ato de bravura foi promovido ao posto de tenente e nomeado delegado de Limoeiro.
   Em 25 de novembro de 1915 casou em Floresta com a Srta. Amélia Leite Leal.   
   Em fevereiro de 1916, foi nomeado delegado de polícia de Salgueiro.
  Em janeiro de 1917, devido a morte do prefeito eleito Júlio Brasileiro, no Recife, foi incumbido de garantir a ordem na cidade de Garanhuns, sendo nomeado delegado em Comissão. Ao chegar a cidade encontrou terrível hecatombe. Tratou então de impor a ordem com muito sacrifício, pois o seu contingente era pequeno e a cidade estava tomada por bandoleiro. Depois foi nomeado delegado de Garanhuns, e durante esse período efetuou a prisão de vários criminosos envolvidos na hecatombe de Garanhuns, por conta deste trabalho, foi promovido ao posto de Capitão e nomeado Comandante do Esquadrão de Cavalaria.
   Em novembro de 1920 em diligência ao Sertão, a fim de combater cangaceiros que aterrorizavam a Serra de Umã, foi gravemente ferido e só não foi morto graças a coragem dos seus leais soldados.
  Após enfrentar os revoltosos de 30, foi depois preso e jogado em uma cela da Casa de Detenção, sem as minimas condições de higiene e humanidade, sendo posto em liberdade vigiada no dia 21 de outubro de 1930. Vencido, desiludido e doente, acabou falecendo em 11 de setembro de 1933, na cidade de Vila Bela.
  

sexta-feira, 6 de maio de 2016

        PERSONAGENS DA HECATOMBE DE GARANHUNS
                    DR. JOSÉ DA ROCHA CARVALHO


  Dr. José da Rocha Carvalho, nasceu no dia 19 de março de 1879 na cidade de Piassabisú, Estado de Alagoas. Era formado pela Faculdade de Medicina da Bahia. Ao terminar o curso, escolheu Garanhuns para iniciar as suas atividades profissionais. Não demorou a conquistar a população e por ela ser bastante estimado, por atender a todos com cordialidade e sem distinção. Era médico residente do Hotel Mota, prestando serviços médicos aos hóspedes.
 Em 1916 foi escolhido pelos oposicionistas para disputar as eleições como candidato a prefeito, tendo como companheiro o colega Dr. Borba Junior. Apesar das expectativas de uma vitória, acabou sendo derrotado pelo Coronel Júlio Brasileiro em 10 de julho de 1916. Anulada esta eleição e marcada uma nova disputa para 07 de janeiro de 1917, Dr. Rocha Carvalho desistiu da candidatura. 
   No dia 14 de janeiro de 1917, na noite do assassinato do Coronel Júlio Brasileiro, Dr. Rocha Carvalho foi procurado pelo Capitão Sales Vila Nova no Hotel Luzitano (Recife), mas naquele momento o médico se encontrava na casa do Dr. Souto Filho atendendo a sua esposa Chiquita Souto. Talvez se o encontro tivesse acontecido, poderia ter mudado os rumos da história.
   Durante o processo da Hecatombe de Garanhuns, foi acusado pelos seus adversários de fornecer a arma ao Capitão Sales Vila Nova para cometer o crime do Café Chile, mas acabou inocentado da acusação.
   Incansável no desempenho de suas tarefas, exerceu a medicina como sacerdócio e não como profissão, muitas vezes dispensando o pagamento dos honorários quando os clientes não tinham condições de pagarem. 
    Faleceu no dia 27 de março de 1925 aos 46 anos, na cidade de Algodões, município de Alagoas, onde prestou um prodigioso serviço social.  
     O escritor Garanhuense Luís Jardim em seu livro Meu Pequeno Mundo relembra com carinho do Dr. Rocha de Carvalho e o descreve como um médico elegante, cordial e humanitário. 


                             Pesquisa realizada pelo professor Cláudio Gonçalves de Lima. 
          AS ARMAS QUE ARGEMIRO MIRANDA E FRANCISCO VELOSO USARAM PARA SE DEFENDEREM NO DIA DA HECATOMBE DE GARANHUNS.



     Quando estavam recolhidos na Cadeia Pública os adversários políticos de Júlio Brasileiro, o delegado Meira Lima não permitiu que eles se armassem, contudo, Alexandrina Jardim, Xandu, esposa do Tenente-Coronel Francisco Veloso, teve a precaução de enviar essas duas armas escondidas em uma bandeja de refeições. O Tenente-Coronel Francisco Veloso, passou a pistola Mauser para Argemiro Miranda, sendo com esta arma que atirou contra o jagunço Caju, quando este atirava pelo óculo do quarto onde eles estavam recolhidos, após subir por uma escada do lado de fora da cadeia.  Argemiro Miranda ainda usaria essa arma para se defender dos invasores da cadeia e depois um rifle abandonado por um dos soldados mortos. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

      NOTA OFICIAL DO GOVERNADOR DE PERNAMBUCO MANOEL BORBA SOBRE A HECATOMBE DE GARANHUNS.
16 de janeiro de 1917. 




Fonte: Relatório dos Presidentes dos Estados - 1917 
                    O MAESTRO FRANCÊS E A HECATOMBE
        Texto do Jornalista Roberto Almeida - Publicado em seu Blog - 04 de maio de 2016. 






   O maestro francês Fernand Jouteux, que viveu em Garanhuns quase 20 anos, do final do século XIX até as primeiras décadas do século XX, testemunhou de perto os acontecimentos da Hecatombe de 1917, que no próximo ano completa um século. Ígor Cardoso, no livro “O Maestro do Chapéu de Coro”, que já comentamos no blog, deixa claro que o músico ficou chocado com os acontecimentos e após a série de assassinatos pensou em voltar para a Europa, o que faria alguns anos depois.
  Fernand Jouteux era amigo do Cônego Benigno Lira (que hoje é nome de rua na cidade), religioso que tentou acalmar os ânimos depois da morte do coronel Júlio Brasileiro, mas sem sucesso. Pessoas foram trancadas na cadeia pública, sob o pretexto de proteção e lá dentro foram assassinadas covardemente.
  Outra informação preciosa de Ígor é que há uma possibilidade de Jouteux ter cruzado com o bando de Lampião, quando de sua andanças pela Bahia, para ver de perto os destroços de Canudos, o arraial de Antônio Conselheiro. A obra prima do maestro foi a ópera "O Sertão", baseada no livro homônimo (só que no plural) de Euclides da Cunha.
  Luís Jardim, na época muito novo, foi embora de Garanhuns por conta da Hecatombe. Passou um pequeno período no Recife, depois foi para o Rio de Janeiro e lá se consagrou como escritor e ilustrador.
  Como se vê, os crimes hediondos ocorridos na Suíça Pernambucana, na segunda década do século XX, assombraram as pessoas sensíveis e os talentos artísticos que nós tínhamos.
   É preciso sempre recordar esses acontecimentos históricos, mostrar novos dados, mas sempre lamentando o ocorrido e pregando para que coisa parecida nunca mais se repita.
                    SOBREVIVENTE DO ATAQUE A CADEIA
                SARGENTO PEDRO CAVALCANTI MALTA
    


   Um dos personagens marcantes da Hecatombe de Garanhuns foi o Sargento Pedro Cavalcanti Malta. Naquela manhã de 15 de janeiro de 1917, se encontrava na Fazenda Água Branca, propriedade de Alfredo Viana, Doca Viana, sobrinho do Coronel Júlio Brasileiro, pernoitara com a família do Tenente Theophanes Torres, a qual escoltaria para o Recife. Durante o percurso de Brejão para Garanhuns presenciou a vinda de vários homens armados para a cidade. Quando chegou em Garanhuns foi convidado pelo delegado Tenente Meira Lima para auxiliar a Guarda da cadeia, atendendo ao pedido seguiu com o Praça que lhe acompanhara Manoel João de Oliveira.
  Quando a cadeia foi atacada por centenas de homens armados, foi um dos que resistiu heroicamente ao lado do Cabo Cobrinha e dos soldados Manoel João de Oliveira, Francisco Maciel Pinto, Ezequiel Cabral de Souza e Pedro Antônio Dias ao cerrado tiroteio. Quando não havia mais possibilidades de resistência, conseguiu escapar pelo milagre da Providência, deixando a cadeia em meio a nuvem de pólvora sem ser visto pela cabroeira. Ferido de raspão no braço foi levado para a residência do comerciante Nicolau Diletieri, depois de realizado os curativos por um facultativo que ali se encontrava, retornou a cadeia, enfrentando o jagunço Joaquim Pai d´Égua que no pátio da cadeia maltratava a viúvas e órfãos das vítimas.
    Além do Sargento Malta, conseguiram escapar: o guarda sanitário Artur Pereira, o eletricista do Cinema Moderno Jesuíno Veras, o operador do mesmo cinema, Zuza, o ex-sargento Araújo, os presos comuns João Isidoro da Silva, Antônio Isidoro de Vasconcelos, Presciliano Josué, chefe da Estação em Glicério, este com um ferimento na mão, e o filho de Argemiro Miranda, Theotônio Miranda na época com 10 anos. Tibúrcio Isídio da Silva estava preso em um cela comum com outros dois presos e também conseguiram sobreviver. 
   Os soldados Antônio Pedro Dias e Manoel João de Oliveira seriam levados para o Hospital Pedro II em Recife , mas não resistiram aos ferimentos.
  Pelo ato de bravura o Sargento Pedro Cavalcanti Malta seria promovido a Alferes e se aposentaria como Capitão da Polícia Militar de Pernambuco. 

     Fontes: Livro Recife Sangrento de Hélio Batista e Jornal Pequeno. 

domingo, 1 de maio de 2016

           PERSONAGENS DA HECATOMBE DE GARANHUNS
                             CÔNEGO BENIGNO LYRA




    Carlos Pereira Benigno de Lyra Nasceu em 12 de abril de 1883, no engenho Monte Alegre, Timbaúba (Macaparana), filho do Coronel Carlos Benigno de Lyra e Severina Pereira de Lyra. O Coronel Carlos Lyra era proprietário dos Engenhos Bicho Homem em Palmares e Usina Serra Grande em São José da Laje, Alagoas. 
     Em 1893, aos dez anos, Benigno Lyra e seu irmão Carlos Lyra Filho partem para estudar no Recife, sendo matriculados no Ginásio 11 de Agosto, onde permaneceram de 1893 a 1895. Em 1896 a 1898 os irmãos passam a estudar no Seminário de Olinda (Pavilhão do Colégio Diocesano cedido aos seminaristas), sendo acompanhados pelo Monsenhor Antônio Fabrício. Em 09 de junho de 1899, com 16 anos viaja para  Roma, ingressando no Colégio Pio Latino de Roma. Em 1905 é Laureado Doutor em Filosofia, em seguida recebendo a tonsura clerical e o sacramento da Crisma. Em 1908 diante de amigos e da família é ordenado por D. Luís de Brito, Bispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, no Altar da Imaculada Conceição em Lourdes. Em 11 de outubro de 1908 foi ordenado padre em Roma, na Capela da Fraternidade Sacerdotal. Celebra sua primeira missa na Capela do Colégio Pio Latino Americano, e depois nas tumbas de São Sebastião e São Calixto em Roma.
     Em dezembro de 1914, depois de retornar ao Brasil, D. Luís de Brito lhe designa para assumir a Matriz de Garanhuns, com a missão de fundar um Colégio para rapazes. Em março de 1915 Cônego Lyra comemora a façanha de inaugurar o Colégio Diocesano de Garanhuns, também chamado Colégio dos Meninos. 

                   Cônego Benigno Lyra e a Hecatombe de Garanhuns
   No dia 15 de janeiro com a notícia da morte do Coronel Júlio Brasileiro se espalhando por Garanhuns, correligionários, parentes e amigos atribuem aos seus adversários políticos os Jardins e Mirandas os autores intelectuais do crime, uma atmosfera de vingança toma conta da cidade, cabe ao Cônego Lyra tentar apaziguar os ânimos, após várias promessas de que não haveria revanchismo, o sacerdote por diversas vezes vai a cadeia consolar os que ali estavam recolhidos sobre proteção do delegado Meira Lima, ainda tentaria levá-los para a sua casa, mas acabou sendo convencido pelo oficial que na cadeia era o local mais seguro para eles. Quando ocorreu o ataque a cadeia e os tiros ecoaram pela Avenida Santo Antônio, Cônego Benigno Lyra correu em direção a cadeia carregando ao peito o crucificado, no local se deparou com os criminosos, partindo de um deles a frase: _ Padre, bala também fura batina. Mesmo diante da ameaça, Cônego Lyra ignorou a afronta e entrou na cadeia, dando a extrema-unção aos que agonizavam, inclusive aos jagunços que praticaram os horrendos crimes. 
    Antes de Deixar Garanhuns, Cônego Lyra preparou a cidade para ser a sede Episcopal da Diocese. Convidado por D. Sebastião Leme para ser o primeiro Bispo de Garanhuns lhe respondeu: _ Eu tenho uma missa na alma e na mente e devo realizá-la no Recife. Pense no Padre João Moura. A Missão era criar um lar para os sacerdotes idosos, e assim o fez o Lar Sacerdotal do Recife. 
                                               A Morte do Cônego Lyra

       Estava o cônego Lyra, com 58 anos, quando em 28 de agosto de 1941, um transeunte esmolante, Leopoldino José da Silva, chegou a sua fazenda Barra em Brejo da Madre de Deus, com mulher e dois filhos, numa tarde chuvosa, lhe pedindo auxílio. O cônego lhe deu ajuda, abrigo e pousada, uma casa para morar e trabalho para ganhar o sustento. Não se passaram vinte dias. A mulher de Leopoldino, diariamente vinha pedir medicamentos para uma filha de menor, impaciente com a insistência da mulher, o cônego apontou-lhe as portas da rua pegando-a levemente pelo braço, logo após ouvir da mulher que os remédios que ele estava dando a filha terminariam matando-a, irritada a mulher contou ao marido que o religioso havia lhe agredido. Sem motivo algum que pudesse justificar o seu impulso de ódio, indo à procura do cônego Lyra, que estava a porta de casa, perguntando o padre a Leopoldino: __ Então é assim que você vem me pagar os benefícios que lhe fiz? Inopinadamente Leopoldino respondeu com um golpe de peixeira, enquanto o sacerdote, indefeso, sem pensar em semelhante cena de sangue, procurou evadir-se do criminoso, aos gritos, sendo perseguido pelo facínora, na tentativa de subir os degraus da casa, já combalido pela facada tropeçou, recebendo do criminoso mais treze punhaladas, os golpes foram fatais. 
      Em homenagem ao Cônego Lyra foi dado o nome a Rua que fica ao lado da quadra esportiva do SESC. 
                  
   Fonte: Livro Flor de Martírio - Mons. José da Silva Aragão e Jornal Diário de Pernambuco.